19 de jun. de 2009

Assim, já somos todos jornalistas

“Redação não é o lugar para um jornalista aprender a escrever.” Essas palavras de Ricardo Noblat entram na discussão sobre o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo, votado e aprovado, dia 17, pelos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Para esclarecer a questão, Carlos Stegemann, diretor da assessoria de comunicação da empresa Palavra.com, junto dos professores Billy Culleton, Rogério Mosimann e Paulo Scarduelli, se reuniram ontem, 18, na faculdade Estácio de Sá para debater com alguns acadêmicos de jornalismo da instituição, sobre como a aprovação da nova lei afetará os cursos no país e também o mercado de trabalho.

Stegemann afirma que a decisão não mudará em nada a contratação de jornalistas na sua empresa e vai continuar contratando apenas profissionais graduados e com grande qualidade profissional. “Por trás dessa discussão que teve início em 2001, a questão virou assunto de cidadania, já que ética também é fundamental, além do diploma.” declara ele.

Billy Culleton, diretor de integração acadêmica da Associação Catarinense de Imprensa e Rogério Mosimann, especialista em webjornalismo têm a mesma opinião de Stegemann. “Vai depender dos futuros jornalistas se a questão do diploma vai valer ou não, pois o mais importante não é só o diploma, mas as informações que são agregadas a ele no decorrer do curso.” afirma Culleton.

Mosimann diz que, como professor, o que preocupa é como essa decisão do STF vai ser encarada pelos seus alunos, já que muitos podem pensar em desistir do curso, já que o diploma não será mais obrigatório. “Qual vai ser a qualidade dos produtos jornalísticos assinados por profissionais sem diploma? Quem pode ser jornalista? Ensino médio basta para ser um jornalista e trabalhar profissionalmente?”. Essas perguntas Mosimann espera que seus alunos façam também para ver que uma faculdade, aliada a uma boa capacitação é o fundamental para ser um profissional com reconhecimento no mercado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário